segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Para quem se "desenham" as cidades?

 "Para quem "desenhamos"/planeamos o nosso território?"

A resposta na maioria dos casos será: para as pessoas.
Mas será que efetivamente os responsáveis pelo desenho/planeamento de todo o nosso espaço envolvente, terão esta pergunta bem presente quando se debruçam sobre o mesmo?

Enquanto cidadão do mundo, aquilo que tenho visto ao longo de todos estes anos é que as pessoas aparecem no último lugar, no que às prioridades de planeamento do território diz respeito.

O conceito de mobilidade (que está diretamente relacionado com o desenho do território) dos agentes decisores, ou seja, políticos, é bem ilustrativo não apenas da visão e interpretação que os mesmos têm sobre a mobilidade, bem como se deve ordenar e "desenhar" o nosso território em função da mesma.

Ao analisarmos a visão e interpretação que a maioria destes têm sobre mobilidade, verificaremos que esta assenta fundamentalmente na utilização do automóvel e todo o desenho urbanístico é feito em função do mesmo. 
Mas será esta uma visão abrangente da mobilidade? Ou demasiado redutora e que menos trabalho dá a realizar/executar? Ou aquela que dá mais votos?

Como foram e tem sido as prioridades no planeamento do território, ao longo dos últimos anos?

1º carro;

2º Transportes;

3º Peões;

Como devem efetivamente ser as prioridades num futuro bem próximo? (Para que se possam cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris):


1º Peões;

2º Modos Suaves de Transporte (Bicicletas;etc);

3º Transporte Público;

4º Carro (seu uso eficiente);

Perante estas diferenças de prioridades, fico com a sensação de que ainda temos um longo caminho a percorrer, quando se fala em desenhar cidades para todos.

A inversão do paradigma das prioridades é algo que dará muito trabalho, não apenas na questão mais logística e física, mas principalmente na questão cultural e de mentalidades, tendo em conta que os últimos anos foram pródigos no culto do carro e na sua utilização excessiva, mas já verificámos que essa questão cultural terá que mudar, sob pena de estarmos a comprometer o futuro das nossas gerações futuras.

Contudo e com uma correta demonstração dos benefícios deste novo desenho do território e com imposição de algumas limitações no que à excessiva utilização do automóvel diz respeito, acredito firmemente que podemos traçar um caminho mais eficiente no que ao nosso futuro diz respeito.

Todos nós enquanto adultos e responsáveis deveríamos ter como "perguntas orientadoras": "Será que aquilo que estou a fazer irá deixar os meus entes mais próximos orgulhosos de mim mesmo?" "Será este um bom legado que eu deixo às minhas gerações futuras?".

Perguntas estas que temo que não sejam feitas a quando da tomada de muitas decisões...
Mas ainda vamos a tempo! Haja vontade de quem realmente pode tomar decisões! Haja vontade de cada um de nós enquanto cidadão do mundo fazermos o nosso papel e reivindicarmos por um legado melhor para as gerações vindouras!

Porque o tempo urge...aceitam este desafio?


P.S. - Deixo em anexo o link de um Artigo do JN no qual esta temática é abordada.


http://pt.cision.com/cp2013/ClippingDetails.aspx?id=99d6f9e6-77f7-436c-9f05-33622decd518&analises=1 


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